Fugir dos clichês é uma constante na vida dos realizadores de cinema. Quando o filme é de amor, então, nem se fala. O que mais tem é clichê sobre o amor. Mas erra quem pensa que o tema está esgotado. Era o que eu pensava, também, até assistir ao belo curta Screwed Up, do inglês Kris Hofmann.
A trama amorosa se desenrola em uma oficina, local onde sempre reinou o amor solitário, em homenagem às mulheres nos posters de calendário. E olhe lá. Mais inusitado do que isso são os amantes, um parafuso e uma porca que, como muitos casais, se apaixonam, começam um romance, se desentendem e, por fim, se separam. Aí já não é clichê, é só a crua realidade.
Além do apelo erótico subliminar (ou explícito, depende do quão suja é a sua mente), a história é contada em metáforas e analogias. O aprisionamento do relacionamento, o anel de compromisso, a separação, a fluidez do término de um relacionamento e a banalização do começo de outro… Fica claro que não tá fácil pra ninguém – nem para os mais frios corações metálicos.
Feito em stopmotion, o curta é muito bem filmado e a edição é impecável. Poderia ser um pouquinho mais explícito em alguns momentos, mas vai ver que deixar tudo no ar, para a livre interpretação do espectador, era mesmo a intenção. Ainda que seja impecável no quesito criatividade, o filme é exageradamente simples em sua execução. Valeria, talvez, apertar alguns parafusos aqui e ali.
By Lucas Guratti
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