Três linguagens artísticas são os pilares do espetáculo teatral "A Sombra da Terra", do Núcleo de Teatro Experimental Corpos Oníricos de Votorantim, que será apresentado neste domingo às 20h, no Teatro do Sesi em Sorocaba, com entrada franca.
Em 90 minutos de espetáculo, o elenco, formado por Gui Martelli, Mariana Noronha, Guilherme Augusto, Rivaldo Nogueira, Paulo Farias, Marcos Martins, Rafael Ramos, Camila Cattai e Josy Yummi, utiliza-se tanto das práticas cinematográficas repassadas pelo diretor Marcelo Domingues, como das técnicas circenses de Gui Martelli e do Butoh (fronteira entre dança e expressão teatral), praticado e ensinado por Rivaldo Nogueira. Segundo Domingues, a ideia é de fazer essa junção das três linguagens e apresentar esse resultado no palco em esquetes, onde a interpretação, em sincronia com as imagens de vídeo que compõe as cenas, seguram o espetáculo, que utiliza-se de poucos objetos cênicos. Vale lembrar que o grupo surgiu em 2003 já com a proposta de pesquisa de mesclar teatro e cinema.
"O nosso diferencial é que os atores interagem com as projeções em vídeo, tendo, assim, que adequar a sua ação ao tempo e espaço do vídeo, já pré-realizados", explica Martelli, ressaltando o tom onírico que perpassa todas as esquetes.
O espetáculo conta com projeções de vídeos produzidos exclusivamente para as cenas.
"A Sombra da Terra" estreou oficialmente em setembro de 2009. A reportagem do Mais Cruzeiro acompanhou o último ensaio do grupo, na terça-feira.
Inspiração cinematográfica
Devidamente caracterizados com os figurinos dos personagens e resolvendo os detalhes finais, o elenco subiu ao palco para dar vida a personagens pouco comuns como o apresentador que dialoga com uma orquestra que não existe enquanto discute os limites do real e do imaginário; um ex-comandante que é perseguido pelos fantasmas de seu batalhão dizimado na guerra; um casal que vê o seu relacionamento esquentar com a chegada da figura da morte, ou mesmo um líder religioso que tem como auge de sua cerimônia uma roleta russa praticada entre os fanáticos seguidores. "Cenas como essas, carregadas de metáfora e surrealismo, propõem uma reflexão sobre o homem, seu comportamento, seus medos, suas crenças e o mundo transformado por ele próprio", defende o texto de apresentação.
Para além da mescla das técnicas, o espetáculo ainda tem outro diferencial, que é facilmente notado pelos cinéfilos de plantão, já que a peça é um conjunto de esquetes inspiradas em clássicos de grandes diretores do cinema com Ingmar Bergman, Akira Kurosawa, David Lynch, entre outros.
De início, é possível um estranhamento, mas com o caminhar do espetáculo, se compreende a conexão entre formato, história e elementos, principalmente pelo teor crítico embutido em cada cena.
E falando em crítica, importante frisar que uma das cenas mais polêmicas das temporadas anteriores, quando uma chuva de cabeças de porco caiam sob o elenco foi adaptada. Diferentemente das edições anteriores, quando a chuva era realizada com cabeças suínas reais, a nova versão é feita com réplicas, confeccionadas especialmente para o espetáculo.
"Por vezes o humor, por vezes o drama, por vezes a poesia, elementos do circo e do Butoh, cinema de arte com teatro do absurdo, Artaud com Fellini e Min Tanaka se fundem em cenas surreais, mas interligadas como uma teia para formarem um grande painel da vida contemporânea", explica o texto de apresentação.
Em 90 minutos de espetáculo, o elenco, formado por Gui Martelli, Mariana Noronha, Guilherme Augusto, Rivaldo Nogueira, Paulo Farias, Marcos Martins, Rafael Ramos, Camila Cattai e Josy Yummi, utiliza-se tanto das práticas cinematográficas repassadas pelo diretor Marcelo Domingues, como das técnicas circenses de Gui Martelli e do Butoh (fronteira entre dança e expressão teatral), praticado e ensinado por Rivaldo Nogueira. Segundo Domingues, a ideia é de fazer essa junção das três linguagens e apresentar esse resultado no palco em esquetes, onde a interpretação, em sincronia com as imagens de vídeo que compõe as cenas, seguram o espetáculo, que utiliza-se de poucos objetos cênicos. Vale lembrar que o grupo surgiu em 2003 já com a proposta de pesquisa de mesclar teatro e cinema.
"O nosso diferencial é que os atores interagem com as projeções em vídeo, tendo, assim, que adequar a sua ação ao tempo e espaço do vídeo, já pré-realizados", explica Martelli, ressaltando o tom onírico que perpassa todas as esquetes.
O espetáculo conta com projeções de vídeos produzidos exclusivamente para as cenas.
"A Sombra da Terra" estreou oficialmente em setembro de 2009. A reportagem do Mais Cruzeiro acompanhou o último ensaio do grupo, na terça-feira.
Inspiração cinematográfica
Devidamente caracterizados com os figurinos dos personagens e resolvendo os detalhes finais, o elenco subiu ao palco para dar vida a personagens pouco comuns como o apresentador que dialoga com uma orquestra que não existe enquanto discute os limites do real e do imaginário; um ex-comandante que é perseguido pelos fantasmas de seu batalhão dizimado na guerra; um casal que vê o seu relacionamento esquentar com a chegada da figura da morte, ou mesmo um líder religioso que tem como auge de sua cerimônia uma roleta russa praticada entre os fanáticos seguidores. "Cenas como essas, carregadas de metáfora e surrealismo, propõem uma reflexão sobre o homem, seu comportamento, seus medos, suas crenças e o mundo transformado por ele próprio", defende o texto de apresentação.
Para além da mescla das técnicas, o espetáculo ainda tem outro diferencial, que é facilmente notado pelos cinéfilos de plantão, já que a peça é um conjunto de esquetes inspiradas em clássicos de grandes diretores do cinema com Ingmar Bergman, Akira Kurosawa, David Lynch, entre outros.
De início, é possível um estranhamento, mas com o caminhar do espetáculo, se compreende a conexão entre formato, história e elementos, principalmente pelo teor crítico embutido em cada cena.
E falando em crítica, importante frisar que uma das cenas mais polêmicas das temporadas anteriores, quando uma chuva de cabeças de porco caiam sob o elenco foi adaptada. Diferentemente das edições anteriores, quando a chuva era realizada com cabeças suínas reais, a nova versão é feita com réplicas, confeccionadas especialmente para o espetáculo.
"Por vezes o humor, por vezes o drama, por vezes a poesia, elementos do circo e do Butoh, cinema de arte com teatro do absurdo, Artaud com Fellini e Min Tanaka se fundem em cenas surreais, mas interligadas como uma teia para formarem um grande painel da vida contemporânea", explica o texto de apresentação.
By Maíra Fernandes - Jornal Cruzeiro do Sul
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