BOA VIAGEM, THEO.

  Nesta semana vivemos a despedida de Theodoros Angelopoulos (1936 –  2012), o maior cineasta que a Grécia nos deu e uma das grandes mentes do  cinema mundial. Responsável por obras primas como “Um Olhar a Cada Dia”  e “Paisagem na Neblina” (exibido no Cine Café em 2011), Theo  Angelopoulos, como era conhecido, desenvolveu um estilo único de filmar  ao fazer dos planos-sequência a sua marca, construindo-os de forma  rigorosa, minuciosamente pensados e atingindo resultados fascinantes.  Seus filmes eram longos, contemplativos e poéticos. Tecnicamente seu  cinema guarda semelhança com o do russo Andrei Tarkovsky, outro mestre  da sétima arte, porém as semelhanças param na técnica, enquanto  Tarkovsky focava a relação do homem com o espiritual, o etéreo,  Angelopoulos focava a relação do homem  dentro do seu contexto social e suas condições de sobrevivência no  mundo. Seus personagens são eternos viajantes em busca da compreensão de  uma Grécia em constante ebulição através da história, mas em busca  também de suas raízes e seu passado para entender o presente. A Grécia  de Angelopoulos é aquela de paisagens invernais, chuva, neblina, portos,  estações e fronteiras. Pouco conhecido do grande público, mas aclamado  por cinéfilos e críticos do mundo todo, esse cineasta grego deixa um  legado de imagens antológicas que refletem e fazem refletir a  civilização contemporânea. 
 
 
 
          
      
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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