terça-feira, 23 de agosto de 2011

Mostras e nova biografia lembram 30 anos da morte de Glauber


Da Espanha à Argentina, da Holanda ao Japão, passando por Nova York e voltando ao Brasil, as homenagens dos 30 anos de morte de Glauber Rocha se espalham pelo mundo.
Neste mês completam-se 30 anos da morte do mestre do cinema novo, em decorrência de septicemia, no Rio.
Os eventos passam pelo aval do Tempo Glauber, instituição carioca administrada pela família e responsável por preservar e difundir sua obra. "Glauber virou um ícone pop", diz Paloma Rocha, filha que dirige o órgão.
Ela diz que as celebrações só não são mais felizes porque foi cancelado, sem grandes explicações, o convênio com o governo que repassaria uma verba de R$ 200 mil.
O acordo foi assinado em dezembro e suspenso em junho. Paloma encaminhou um pedido para reavaliação, que ainda está em tramitação.
Com disso, diz, teve de gastar parte do espólio proveniente da venda do acervo de Glauber para o Ministério da Cultura e contrair uma dívida de R$ 200 mil para fazer a manutenção do espaço.
Demitiu seis empregados. Hoje o Tempo Glauber funciona com sete pessoas. "Gostaria que tivéssemos uma estabilidade mínima", sugere Paloma, de Brasília, onde estava para evento na UnB.
Até o começo deste mês, 30 mil documentos sobre o cineasta estavam no Tempo Glauber para digitalização. Agora, foram para a Cinemateca, em São Paulo, onde já estava alocado material doado pelo próprio diretor.
Para marcar a transferência e a efeméride, "O Leão de Sete Cabeças" (1971) será exibido em sessão com presença de Paloma e dos responsáveis pela cópia restaurada.
Na televisão, o Canal Brasil exibe no próximo sábado "Abry", sobre a mãe de Glauber, e "Diário de Sintra", com fragmentos em super-8 do último ano de vida dele.
A TV Senado programou um ciclo de filmes que vai até domingo. Amanhã, às 14h, o Senado promove solenidade com a presença de três gerações: a mãe, Lúcia, a filha Paloma e a neta Sara.
Em outubro, sai o livro "Primavera do Dragão", de Nelson Motta. Ele, que conheceu o cineasta numa première do emblemático "Deus e o Diabo na Terra do Sol" (1963), volta no tempo para contar a juventude de Glauber.
"Adoro histórias de artistas quando jovens. Este é um romance de formação", afirma, saudoso: "Já não se fazem glauberes como antes".

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